sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Negociações visam auxiliar na reconstrução de propriedades devastadas pela cheia



 A cheia dos rios Forqueta e Fão, na última segunda-feira, castigou o Vale do Taquari deixando muitos estragos pelos municípios que passou. Diversas casas e propriedades foram destruídas pela força da água e as lavouras às margens do Forqueta foram praticamente dizimadas. Neste momento de grande tristeza e destruição não podemos deixar nossos companheiros pequenos agricultores desamparados. Então articulamos a vinda do deputado estadual Elvino Bohn Gass para a região, a fim de verificar a situação dos municípios atingidos.
     Na quarta-feira à tarde, na prefeitura de Marques de Souza, estivemos reunidos, juntamente com o deputado Bohn Gass com prefeitos, vices e secretários dos 11 municípios mais atingidos: Marques de Souza, Travesseiro, Boqueirão do Leão, Progresso, Sério, Canudos do Vale, Pouso Novo, Santa Clara, Forquetinha, Arroio do Meio e Cruzeiro do Sul. Também estiveram presentes presidentes dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STRs) destes municípios além de representantes da Univates e demais líderes regionais.
     O objetivo é construir unidade no Vale do Taquari entre forças atuantes da região e elaborar um plano de ação buscando medidas para aliviar o sofrimento das famílias atingidas por este desastre, cujas proporções ultrapassam, e longe, os dados históricos de cheias passadas como as de 11941 e 1956. Queremos abrir negociações com o governo federal, especialmente com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e os Ministérios da Integração Nacional e das Cidades para reconstruir o que foi levado pela água.
     A partir do encontro com os prefeitos foram definidas quatro linhas de trabalho: a renegociação das dívidas das famílias do meio rural; a busca de crédito para repor perdas destas famílias; a liberação imediata de sementes e recursos para a reconstrução e reforma de todas as moradias atingidas, seja no meio rural ou no urbano.
     Renegociação das dívidas
    As chuvas fizeram as colheitas das nossas lavouras e as dívidas permaneceram. Já abrimos negociação com o Ministério do Desenvolvimento Agrário para construir uma solução para o endividamento destas famílias, que não têm condições de honrar as parcelas de custeio e investimento que vencem em 2010. Suas lavouras foram totalmente arrasadas. Estamos negociando para que estes agricultores sejam beneficiados também com um rebate de R$ 10 mil em suas dívidas.
    Visitei diversas famílias com propriedades em Travesseiro, em Marques de Souza e Arroio do Meio e vi seus dramas. Dramas como o do Frigorífico Scherer, em Marques de Souza, onde a falta de energia fez com que um grande volume de carne fosse perdido. Também estive na granja de Vernei Kunz, em Travesseiro, que teve uma perda incalculável com a morte de cerca de metade das 1100 matrizes e mais 2,5 mil leitões. Ainda em Travesseiro, estive na propriedade de Edson Essig que teve a lavoura devastada. É uma situação muito triste. Precisamos ajudar no que for possível.
    Crédito especial do Mais Alimentos
    Também estamos articulando para que seja liberado um crédito para que as famílias atingidas pelo sinistro possam repor a infra-estrutura da propriedade e, assim, recomeçar e permanecer na atividade rural. Esse crédito é para as famílias comprarem animais, máquinas, equipamentos e reconstruir galpões, aviários, estrebarias, pocilgas. Enfim, um alento para recomeçar. Na quarta-feira à noite, depois da reunião com os prefeitos já iniciamos as negociações diretas com o MDA, que já sinalizou positivamente um crédito especial no programa Mais Alimentos para as famílias atingidas por sinistros climáticos em todo o Estado, independente de já ter contratado o Mais Alimentos. O MDA está propondo bancar os recursos. Agora é preciso fazer com que o Estado assuma o juro. Esta é a proposta que levei ao secretário estadual da Agricultura, João Carlos Machado, hoje de manhã (11/01), em sua visita à Marques de Souza. Queremos que este recurso chegue à propriedade com juro zero e tenha liberação imediata, de forma ágil e sem burocracia. Precisamos evitar o ocorrido há um ano durante uma das maiores secas que o Rio Grande do Sul já passou, quando os municípios foram contemplados com R$ 40 milhões depositados pelo Ministério da Integração Nacional na conta única do governo do Estado, que era responsável por fazer a licitação das retroescavadeiras e que até agora não chegaram aos municípios.
      Também levamos ao secretário Machado a reivindicação para a imediata disponibilização de sementes para o replantio das propriedades onde ainda é possível replantar. Para, no mínimo, garantir que estas famílias tenham milho para a silagem que serve de alimento para os animais no inverno.
     Recursos para os municípios
     Também estamos trabalhando para a liberação imediata de recursos por parte dos governos federal e estadual para os municípios recuperarem a infra-estrutura perdida ou danificada com a cheia, como estradas, pontes e pontilhões.
    Moradias
    Como muitas famílias tiveram suas casas levadas pela água ou parcialmente danificadas estamos pleiteando a liberação de recursos para construção ou reforma destas moradias. Vamos, de forma articulada, perseguir para a conquista, junto ao governo estadual e federal, destas pautas que são imprescindíveis e necessárias, para restabelecer a dignidade e garantir a manutenção e a sobrevivência destas famílias no meio rural.
    Ainda estamos negociando, como pauta permanente, uma forma para que os pequenos agricultores que possuem reservas florestais em sua propriedade recebam algum recurso para manutenção destas. Entendemos que a manutenção dessas áreas é um serviço ambiental que é prestado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário